quarta-feira, maio 03, 2006

NASCIDOS ANTES DE 1986

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta á base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "á prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.

Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags - viajar á frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos um silvado aprendíamos.

Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.

Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na internet. Tínhamos amigos ? se os quiséssemos encontrar íamos á rua.

Jogávamos ao elástico e á barra e a bola até doía! Caíamos das arvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.

Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.

Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.

Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles?

Parabéns!

Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem". Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.

Isto meus amigos é surpreendentemente medonho... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios:

A maioria dos estudantes que está nas universidades hoje nasceu em 1986...chamam-se jovens.

Nunca ouviram "we are the world" e uptown girl conhecem de westlife e não Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname.

A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram.

O Michael Jackson sempre foi branco.

Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança.

Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.

Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:

1.. Entendes o que está escrito acima e sorris

2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada

3.. Os teus amigos estão casados ou a casar

4.. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores

5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis

6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez)

7.. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos

8.. Vais encaminhar este e mail para outros amigos porque achas que vão gostar.

18 Comments:

Blogger Ana Ribeiro said...

Creeeeeeeedo! Estou a ficar velha! Nasci nos anos 70, fiz tudo aquilo que consideram como esquisito e enfadonho. E bato mal, se vejo um puto de 6 anos a falar ao telemóvel. E chavalas de 16, mais boas do que eu...(esta não é verdade).

Quando era "jovem", fazia sopa de ervas, terra e pedras no quintal da minha avó e lambia os dedos se salpicasse. Brincava às bonecas e surpreendentemente eram todas gordinhas e só faziam chichi, pq o corpo era oco e tinha um furo na boca e no pipi.

Comi sabonete, pasta dos dentes, rachei 3 vezes a cabeça, esmurrei os joelhos até à exaustão. Bati na minha vizinha. Dos 4 aos 12 anos apanhei 3 vezes piolhos e tive todas as doenças que os putos têm (ou tinham...). Incendiei papéis na sanita, levei tabefes e açoites, fiz asneiras pq não tinha tv para distrair,mas continuo cá...

Tive o meu boom electrónico entre os 19 e 20 anos: computador, telemóvel e TV no quarto. E a única Playstation que joguei foi a 1ª e mal!



Quem diria, hein?Aqui fica o meu testemunho.

2:21 da tarde, maio 03, 2006  
Blogger HUGO said...

Aqui tenho que fazer a ressalva de que a minha mulher jogava Mortal kombat como ninguém. Aliás era de rir vê-la jogar, só era pena os comandos da playsation terem uns fios que os ligavam à consola, porque senão a Anita fazia os golpes em directo e a cores, tal era a pujança que ela aplicava nos comandos.

Agora mais a sério, eu nasci em plenos 70 e fiz tudo aquilo que o texto descreve, só não me lembro do Rick Astley, mas se calhar é o meu bom gosto musical que fala mais alto LOL.

Pena é que as pessoas anteriores a 1986 tenham hoje filhos e lhes dêem uma educação de medo que leva as crianças a crescer dentro de um quarto, achando que tudo na vida se resume ao que o monitor do computador lhes mostra. Como dizia um puto no outro dia "Eu nunca vi um bife vivo".

Ps: Mas existe alguém hoje com menos de 16 anos?

3:49 da tarde, maio 03, 2006  
Blogger the life of...ju said...

Peço desculpa pela "invasão"...mas depois de tanto rir e quase chorar com todas as recordações...não poderia continuar a viajar pelos blogs perdidos sem dizer que...

...recordo com saudade as manhãs em que via o DangerMouse, os Estrunfes, A Formiga Atómica...bonecos de "verdade" que nos alimentavam a imaginação e enchiam de emoção, ao contrário dos gigantes híbridos coloridos, que vivem no meio de umas montanhas desertas, forradas de alcatifa verde, enquanto largam gemidos e olham para um sol, onde habita uma espécie de bébe ao estilo "ícaro"...

...recordo com saudade os tombos, os arranhões, que escondiamos da mãe para ela não proibir as brincadeiras (mesmo que doesse como o caraças e as calças ficassem coladas aos joelhos em ferida...)

...recordo com saudade os bolos feitos de terra batida, as bolinhas chamadas de esgana-cão que de quando em vez, um de nós teimava em comer e, ficava de caganeira durante uma semana...

...recordo com saudade o tempo em que a hora do vasco granja era sagrada(mesmo não entendendo patavina do que ele dizia)...a malta largava as fisgas, as biclas, os elásticos, as cordas...e passado uma hora voltavamos para darmos mais umas corridas e andarmos ao supapo...e quem sabe brincar à She-Ra e ao He-Man com um pau enfiado nas costas a servir de espada e, o amiguito que perdeu na corrida, a servir de pégaso...

...recordo com saudade o tempo em que deixavam os miudos crescer a brincar, em vez de os colocar à frente de caixotes com jogos ou morangadas...

...fomos uns sortudos...

5:08 da tarde, maio 03, 2006  
Blogger Ana Ribeiro said...

Ainda bem que passaste por cá! Grande testemunho....

Os desenhos animados, esses criadores de fantasias.

Parti o serviço caro de chá da minha mãezinha, a brincar à Ana dos Cabelos Ruivos.

6:07 da tarde, maio 03, 2006  
Blogger the life of...ju said...

Ena pá..agora com essa do serviço de chá fizeste lembrar-me de algo que estava ali no sotão cheinho de pó...

Alguém se lembra dos maravilhosos livros da Condessa de Ségur??O circulo de leitores tinha uma colecção de livrinhos azuis que tinham as histórias dessa escritora...

Os desastres de Sofia... :D ela partia a loiça toda...e grelhou os peixinhos vermelhos do aquário... era a minha Heroína...

6:15 da tarde, maio 03, 2006  
Blogger Ana Ribeiro said...

O problema é que os "Pais de Hoje", não têm tempo para os filhos. Tempo de qualidade, leia-se.

Os meus sempre trabalharam e nunca tive a mãe em casa. Ao fim-de-semana, mesmo quando chovia, nunca ficava em casa.

Todos os sábados ia ao cinema, quando chovia. Quando fazia sol, ia mesmo apanhar ar de verdade. Agora os putos, apanham ar condicionado.

Que fazemos? Vamos ao shopping!
Por isso, é que a juventude está mais burra e mais gorda!

Lá chegarei na qualidade de mãe, e espero não errar.

5:13 da tarde, maio 04, 2006  
Blogger the life of...ju said...

...lá está a intrometida outra vez...no vosso blog...ainda vou ser corrida a pontapé...mas a culpa é vossa por o blog ser tão bom...(já fiz refrência no meu bolg ;) )

...pois os miudos de hoje não são como os de antes...em inúmeras coisas...dizem que são mais inteligentes...aos 5 já estão no computador (eu vejo pela minha sobrinha que com esta idade já fazia desenhos no paint e fazia o ctrl+c ctrl+v para os colar no word)...mas a verdade também é, que se lhes pedirem para eles imaginarem que estão a brincar num castelo, ou se os colocamos (como eu tantas vezes fazia) numa tenda improvisada com um lençol e, imaginarem que estão numa exploração ao centro da terra, eles riem-se na nossa cara e dizem: "centro da terra??mas isso é só um lençol"...

...perderam a capacidade e a maior qualidade que as crianças tinham do "imaginar", para eles o Never Ending Story seria uma anedota...

ps: é verdade pecos, eu sou omnipresente :) o meu Bubu tá bem...e contigo??e a mais que tudo?? :)

7:22 da tarde, maio 04, 2006  
Blogger wazup said...

Vim parar aqui por "arrasto" e fartei me de rir! Eu sou da geração "transitória" (sou da melhor colheita, 83), como sempre disse, eu apanhei o melhor das duas gerações! Ia para a rua jogar a bola, andar de bicicleta sem travões e sem mãos (e uma vez quase que ficava sem dentes) tinha as brincadeiras mais perigosas possíveis (ainda me lembro de brincar as "escondidas" e atravessar a IC24 a pé para não ser descoberto), mas também jogava spectrum (quem não se lembra de estar mais de 30min para o jogo começar e ao fim desse tempo não dava e tudo se resolvia com um murro?)
,mega drive e recordo-me como se fosse hoje que tive que ir trabalhar paras obras(tinha eu uns 12 anitos) para comprar a minha PS1 porque os meus pais não me queriam dar. Aprendi a dar mais valor as coisas! Os putos de hoje se não tiverem uma PS3, uma Xbox360, um portátil e um telemóvel 3G ficam parados porque não sabem o que fazer!

PS: Sr Pecos, não te esperava encontrar por aqui! E isso de andares a publicitar o "nick" que a Ju me deu vai ter que acabar. :) No máximo tratas-me por Sr. Bubu :)
Não te esqueças que ando a fazer de tudo para descobrir o teu! :)

Beijo Ju ;)

6:08 da manhã, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

Bem, Pecos...
És um autêntico mobilizador de massas!

Muito bem... gostei de ver!

É um prazer receber pessoas com vontade de participar neste nosso modesto bloguito.

Bem-vindos Ju e Sr. Bubu (ou Wazup... :S).

Quanto ao tema em questão, pouco tenho a acrescentar. Apenas uma dúvida: o q é uma Playstation? lol

Por último: quero deixar aqui um convite aos acerianos para visitarem os blogs dos nossos novos amigos. Destaco o blog do sr. Bubu, lê-se rápido... 5/7 minutos e tá feito.

11:08 da manhã, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

Ó Tha Russo, vê lá se alguém não te torce mas é o pescocito.

4:06 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger telheiro said...

Já dizia o filósofo Socrátes há uns milhares de anos atrás: "Esta juventude está perdida", referindo-se à juventude ateniense do seu tempo. Mudam os tempos e mudam-se as vontades, não é?

Por muito que achemos que a juventude de hoje está presa em casa, agarrada ao CPU ou as consolas,esta é apenas uma das maneiras que eles hoje têm para brincar. Nós passamos pelo mesmo: além de andar de bicleta, de jogar aos pistoleiros ou às escondidas, às sete pedrinhas, com os carrinos, a jogar futebol, quantas horas passei eu agarrado ao computador a jogar Football Director, Profissional Soccer e outras que tais. Mais recentemente, eu e mais um aceriano que por aí anda sentavamo-nos à frente do computador ao inicio da noite e saíamos de lá na manhã seguinte a jogar CM. Não foi por isso que fiquei atarrecado ou fechado em mim mesmo. É claro que há exageros e esses devem ser vigiados, mas não é por causa de alguns casos que digo que a nossa sociedade está a definhar-se. Nem por sombras.

A todos aqueles que se interessam por este tema aconselho o livro Tudo o que é Mau Faz Bem de Steven Johnson.


PS: Já agora, ninguém falou numa das melhores séries de bandas desenhada de sempre: Conan, o Rapaz do Futuro. Isso sim, até me faz vir as lágrimas aos olhos. LINDO!!!!!

4:33 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

Telheiro, manda aí o link para eu poder ler o livro. Não me digas que não há uma versão na net desse livro! Se não houver, não quero lê-lo.

4:40 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger telheiro said...

Não faço a mínima. Mas se quiseres arranjo-te com 50% de desconto.

Já alguma vez pensaste que o livro é o único "suporte" que dura há uma quantidade de anos. Os e-books, que foram a última tentativa de superar o suporte físico, não tiveram grande adesão. A música e o cinema tiveram, têm e terão diferentes suportes (CD, Vinyl, cassetes, mp3, etc.) Porquê?

5:11 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

Caro Telheiro, eu acho que é por causa das várias utilidades que podemos dar ao papel... Vendo bem as coisas, um livro pode não servir só para ler.

(eheheheh este comentário devia ser censurado - me desculpem, caros leitores)

5:28 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger wazup said...

Estamos todos a apontar o dedo aos "putos" de hoje mas nós somos os principais responsáveis pelo que eles fazem! Quem nasceu em 60/70 é agora pai e educa como acha que é melhor, ou como pode! Nós também estamos aqui a dizer que eles passam horas e horas em frente ao PC, e nós que estamos a fazer agora???

PS - O meu blog é uma espécie de "lusco fusco" 5/7min e já tá!

6:08 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

wazup... era mesmo isso que eu queria dizer com os 57 minutos ;)

7:19 da tarde, maio 05, 2006  
Blogger Joao said...

errata: onde se lê 57 minutos (chiça!) deve ler-se 5/7.

7:20 da tarde, maio 05, 2006  
Anonymous Anónimo said...

..."lusco fusco" esses 5 ou 7 minutos que não são dia nem são noite ;) ... é a altura do "dia" que mais gosto...devia durar era mais um bocadinho...

5:35 da tarde, maio 07, 2006  

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