terça-feira, fevereiro 07, 2006

SOMOS MESMO "TUGAS"

É daquelas que vale a pena perder 1 minuto a ler...
O episódio passou despercebido à maioria do pessoal, mas como gostamos de remoer as coisas, aqui vai a epopeia da Neide com bacalhau e tudo.
A Neide é uma brasileira que estava sossegada a servir às mesas do restaurante Sr Bacalhau do Colombo em Lisboa.
Ao tasco, ia lá almoçar amiúde, o Sr Dr Ernesto Moreira, Director do Departamento de Administração Geral do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, ufa! O nosso Ernesto engraçou com a Neide do Bacalhau, e mais bacalhauzada menos bacalhauzada, o bom do Ernesto viu que por ali a Neide era mal empregada. Avaliou aquilo de alto a baixo, e zás, concluiu que faltava Neide no património do Estado Português.
E se bem a mastigou, melhor a engoliu. Sugeriu à Neide um lugarzito, mandou-a concorrer e seleccionou-a. A Neide foi então "Requisitada pelo Estado" por despacho estatal e publicado em diário da república, sem qualquer concurso público, que foi dispensado, dada a urgência e supremo interesse que o Estado tinha na Neide. A nossa Neide saltou assim do bacalhauzito para "Coordenadora do Departamento de Logística do Depósito Público de Vila Franca de Xira" com 1700 mocas por mês (340 contitos, mais regalias).
O Independente achou piada à dispensa do concurso e foi ver da Neide. E chapou com a Neide na primeira página de há 15 dias atrás. Foi um gozo.
Eu que ia em viagem de carro ouvi o desenrolar de tudo pela rádio, em noticiários sucessivos. Um delírio puro, só não me despistei de tanto rir por mero acaso. É que os jornalistas foram ouvir o Sr Dr Ernesto Moreira, que falava do supremo interesse do Estado pela Neide e explicava juridicamente a necessidade do regime de requisição e mais, redundou que era a candidata com melhores habilitações e que tinha a experiência profissional da logística dos seis restaurantes Sr Bacalhau. A rádio deslargou-o e telefonou à gerência do Sr Bacalhau.
Que não, que Logística não serviam, a especialidade deles era mesmo bacalhau, cujos tascos era independentes e que a Neide era uma boa empregada de mesa sim senhores. Voltaram ao Ernesto. O Ernesto falou de uma licenciatura em Geografia e balbuciava qualquer coisa sobre Vila Franca de Xira. Depois teve o bom senso de se calar. Isto tudo de manhã. À tarde o Ernesto ia à vida, o Presidente do IGFPJ idem aspas aspas, mais um ou dois responsáveis e a Neide. O Sócrates, acossado, mandou tudo pró olho da rua, logo na tarde da Sexta em que saiu a noticia.
Nós deviamos candidatar-nos ao Guiness mostrando ao Mundo que podemos estar sempre a bater no fundo! O fundo em Portugal não tem limites!
É verdade! Não é pêta!
http://www.diarioeconomico.com/edicion/diario_economico/nacional/sociedade/pt/desarrollo/606518.html
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=209079
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=630948&div_id=291

2 Comments:

Blogger HUGO said...

A isto se chama em bom português "arranjar um bom tacho".

A Neide arranjou o verdadeiro tacho à custa dos bons tachos que ela proporcionava ao Sr. Ernesto no famoso Sr. bacalhau no Colombo. O verdadeiro ovo de Colombo descobriu este senhor ao contratar a respeitosa Neide, empregada da restauração que dizem as más línguas, servia com doses de mestria, pernil de vaca do melhor que se via na região. O Sr. Ernesto, como bom gestor de recuros humanos que é, propos-lhe uma ligeira subida na curta mas promisora carreira. "Vou-te tirar deste buraco" terá ele dito um dia à Neide.

Porquê cheirar o bacalhau apenas na hora de almoço, quando se pode desfrutar durante todo o dia.

A pobre Neide lá foi e segundo rezam as crónicas, no Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça ninguém se queixa dos serviços da senhora. Com ela não há despacho que não seja aviado num istantinho.

O sr. Ernesto, esse coitado, é que lá apresentou a demissão. Agora, parece que vai servir à mesa do Sr. Bacalhau, porque disse-me um passarinho, que o sonho dele é chegar a presidente do instituto.

1:16 da tarde, fevereiro 07, 2006  
Blogger Joao said...

É assim a vida!! Podem ir dando jobs aos boys, podem até deixar que alguns senhores amigos dos governantes acumulem reformas de luxo com cargos públicos também eles de luxo. Agora, pegar numa brasileira saborosa, empregada de restaurante, colocá-la num cargo com alguma importância inventado propositadamente para ela... isso já é exagero. Este pessoal não se sabe controlar? Não sabem ser mais discretos? Isto há tachos para todos, mas cuidadinho... amantes brasileiras não contam.
P.S.: Não se preocupem com o sr. Ernesto. Não há-de morrer à fome de certezinha absoluta... embora até merecesse.

2:37 da tarde, fevereiro 07, 2006  

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